Nasci para ser mae (talvez não)

Nos meus dias de menina dizia à minha mãe que o meu sonho era ter muitos filhos (preferencialmente gémeos) e, durante anos mantive essa fixação. Sempre fui apaixonada por crianças e pelo seu mundo.
Quando soube que estava gravida e durante nove maravilhosos e indescritíveis meses fui cimentando a ideia que tinha nascido para ser MÃE. No dia em que saí da maternidade disse ao meu marido que já tinha saudades de estar grávida e, devíamos pensar no próximo bebé (agora sim, gémeos).
Cada dia que passava tinha a certeza que tinha encontrado a minha "vocação profissional e existencial", algo que me preenchia, que me fazia sorrir mesmo quando as lágrimas corriam o meu rosto, um sentimento de pertença e de satisfação tão forte que não sabia descrever.
Os meses foram passando, a bogoleta foi crescendo e, hoje percebo que errei... Errei e, agora não será fácil corrigir.
Li imensos livros sobre desenvolvimento infantil, frequentei curso de preparação para o parto, aulas pós-parto e, hoje sei que tudo aquilo que aprendi não fui capaz de colocar em prática. Falhei...
Não fui capaz de a deixar chorar, não fui capaz de lhe dar asas para voar, esteve sempre comigo e, sem mim não sabe estar. Chora no colo, chora quando a amamento, chora porque está sentada, chora porque está no parque, chora porque passeia, chora porque está em casa... resumidamente, chora por tudo e por nada.
Falhei...
E agora?
Choro porque queria ser a MELHOR MÃE DO MUNDO, porque a AMO INCONDICIONALMENTE e porque FALHEI!
No entanto, mantenho uma certeza errei, falhei, desiludi (como mãe e esposa) mas, nasci para ser mãe e, não abdicava disso por nada neste mundo.

      
❤ 36 semanas ❤

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