Avós ❤ (continuação...)

Acordou... 
- Filha, tenta dar-lhe o peito para ver se ela adormece novamente (diz a avó).
Olhei para o seu rostinho ensonado e sorri, sabia que ia comer e, depois iria querer brincar. Assim foi... Três horas da madrugada e entre conversas e confissões de uma mãe que é avó e de uma filha que é mãe, ela gozava da sua energia inesgotável. 
O dia de ontem foi intenso, percebi que aquilo que muitas vezes não compreendemos, mais tarde passa a fazer todo o sentido. A minha relação com os meus pais desenrolou-se, durante alguns anos, numa trincheira (sempre sob ameaça de bomba) e a assinatura do contrato de paz demorou mais do que o esperado/desejado. 
Agora, não quero falar do passado. Vou preservar as palavras da minha mãe na noite de ontem, o sorriso do meu pai quando vê a minha filha e quando a detêm no seu regaço, vou manter-me presente e todos os dias querer dar mais e melhor. 
Sou mãe e agora percebo que é tão mais fácil errar do que acertar. 
É tão compensador...  Um sorriso que demorou a desenhar-se  mas, por entre traços de amor incondicional surge como uma lufada de ar fresco num dia tórrido de verão. 

(Dormimos as três, numa cama primorosamente improvisada pela avó. Não me lembro nunca de ter dormido com a minha mãe... Senti-me bebé e foi TÃO BOM...❤)

PS: cada vez que a bogoleta acordava a avó tentava adormecê-la e dizia sempre - "Deixa a mamã nanar, filha, ela está tão cansada..." - senti-me bebé e foi TÃO BOM ❤

❤ Avós ❤

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