O Mercado dos Santos e, as pessoas que estão envolvidas na sua organização, são o sinónimo de amor puro e verdadeiro, amor pelo outro e pelas suas causas, um amor desinteressado e que, merece ser partilhado.
Ele, trinta e sete anos, divorciado, um filho, um mundo completamente diferente do meu.
Eu, vinte e um anos, recém-divorciada, a vida virada do avesso, os sonhos perdidos, a razão esquecida, o inevitável contra-senso.
Foi numa manhã solarenga de Verão que o vi pela primeira vez. Um homem bonito, agradável e simpático; como tantos outros que atendia como empregada de balcão. Na altura não compreendi a diferença mas, mais tarde tudo veio a fazer sentido.
Entrava pela porta do estabelecimento cedíssimo, sempre sorridente, apressado e detentor de um olhar misterioso. Um café curto, por favor e o jornal de notícias como companhia.
O medo, a mágoa, o sofrimento, o não querer apaixonar-me nunca mais (mas, nunca é muito tempo) não me permitiu ver o que me estava destinado.
Sempre que pagava ou se dirigia a mim sentia o seu olhar penetrar-me a alma e desejava sentir o toque das suas mãos quentes na minha face. Era recíproco. O tempo foi passando, e percebi que era recíproco. Ele também pensava em mim.
Um dia (não me lembro quando) perguntou-me porque é que tinha um sorriso tão encantador e um brilho no olhar tão especial. Sorri e deixei que os olhos espelhassem os sentimentos da alma e do coração.
As perguntas continuaram...
Porque é que a tristeza, a frieza e a solidão faziam parte do meu mundo? Quem era eu?
Tirou a mascara, sem ter chegado perto de mim. Olhou para mim, para o meu eu escondido. Preocupou-se e procurou entender-me. Doeu!
Era a minha vez de perguntar...
Afinal, o que queres de mim?
Quero-te!
Doeu, não sabia se também o queria!
Entre encontros e desencontros cedi e decidimos que íamos mover montanhas (se fosse necessário) para ficar juntos. Houveram discussões, desentendimentos, acusações, mal-entendidos mas, nunca desististe de mim.
Um dia, tive a certeza que tinha de acreditar, de ser mais forte, de parar de pensar no passado e idealizar o futuro, era urgente viver o presente e saborear aquilo que me estava destinado - ser feliz, ser amada, ser eu mesma, aprender que os nossos erros só nos tornam mais fortes e capazes.
No dia 25 de Setembro de 2011 casamos, num espaço ao ar-livre e como testemunhas aqueles que entenderam e aceitaram o nosso amor.
Juramos amor eterno e, esse amor é tão grandioso que tinha de ser concretizado. No dia 10 de Agosto de 2012, após vários testes negativos e seis meses de angústia, um desmaio no ginásio dita que mais um dos nossos sonhos se tornará realidade - estava grávida, mãe de primeira viagem e, após 10 anos do nascimento do primogénito ias ser pai novamente.
Foram nove meses de intensas emoções, estava a gerar dentro de mim uma nova vida e, ao mesmo tempo, nós tínhamos de tomar decisões inevitáveis de difícil digestão. Perdemos tudo mas, não deixamos que levassem o mais importante - o amor, o carinho, o respeito e a dedicação que nutrimos um pelo outro.
Desejou nascer às 32 semanas (apressada), talvez sentisse a ânsia que crescia em mim para a conhecer. Não aconteceu!! Às 42 semanas, no dia 6 de Janeiro de 2013 (tinha de ser do mesmo signo do pai) veio conhecer os papás. Pesava 4,220 kg e media 49cm.
A minha filha, a nossa filha, a representação física e terrena daquilo que nos une.
Quando pegaste nela, vi um novo mundo no teu olhar, vi-te renascer e, tive a certeza que o nosso amor era para sempre.
Estar ao meu lado, decidir que me querias como tua esposa e companheira, traduziu-se em perdas significativas. Significou uma avalanche de conflitos desnecessários, significou perder tudo o que tinhas construído sozinho em 20 anos, significou ser espoliado. Mas, tu és tu e, simplesmente tu!
Um dia perguntei - Porquê?
"Porque quero ser feliz, porque quero viver a vida, porque vou morrer com a certeza que amei e fui amado!"
Estar ao teu lado significou/significa enfrentar sem medo, mostrar que o amor não escolhe idades, amadurecer, valorizar a chuva e o sol, descomplicar, amar desmesuradamente e, acima de tudo, SONHAR (se o génio da lâmpada existe, acreditem que está casado comigo).
No final do ano de 2013 tomamos uma decisão, não a aceitei inicialmente, não queria que se concretizasse mas, depois de tudo que tens feito por mim/nós, seria insensato não te apoiar.
Faltam poucos dias... Vais voar ao encontro de um sonho/desejo antigo no dia 18 deste mês.
E eu/nós?
Vou estar lá para te ver partir, vou dar tudo de mim para que a nossa filha não sinta tanto a tua falta, vou ser forte e vou suportar as saudades que já atormentam. No dia que regressares, vou estar lá para te abraçar e, para que tenhas a certeza que onde quer que estejas, vou estar sempre por perto para te apoiar.
Será esta a nossa história de amor? Sim! Uma história de amor, o começo de um conto de fadas em que tu és o Rei, eu a tua Rainha e a nossa Bogoleta, a nossa Princesa. Um conto de fadas para escrever todos os dias das nossas vidas. Um amor puro e verdadeiro, para ser vivido, sentido e concretizado.
E porque és o melhor marido, pai, companheiro, namorado, confidente, amigo, amante do mundo; estas palavras são para ti... Guardas-as sempre junto ao coração <3
Ah!!! Faltam menos de 72h para voares mas, mais uma vez, surpreendeste-me. És o construtor/realizador dos meus sonhos (para já não posso contar mas, assim que estiver tudo mais certo falo deste novo projeto).
Simplesmente... Amo-te... <3
16 anitos de diferença ... mas o amor não se mede, nem se pesa, nem se soma! Eu tb sou 16 anos mais nova que o meu marido, mas nunca me lembro disso, só em certas situações , tipo esta, em que estava a ler e lembrei-me que tb sou mais nova um bocadito que o marido, pessoalmente gosto da diferença, somos diferentes e aprendemos um com o outro, completamo-nos.
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